domingo, outubro 12

Contexto Histórico


Quando D. Pedro I abdicou o trono de Imperador do Brasil, em 1831, ficou em seu lugar uma regência provisória, visto que seu sucessor era menor de idade. Em meio a tal modelo, foram criados três partidos: os moderados (defensores do federalismo), os restauradores (defendem a centralização com o retorno de d. Pedro I), e os exaltados (liberais radicais que defendem democratização). Com a abdicação, eclodiram revoltas em várias partes do Brasil, que tiveram por alvo os portugueses e o absolutismo de D. Pedro I. Os partidos então perceberam que a ordem corria riscos, e decidiram esquecer suas divergências a fim de restabelecer a ordem.
Como forma de conciliar os três partidos políticos, foi criada a Guarda Nacional, e um conjunto de reformas, o chamado Ato Adicional. Este gerava medidas liberais que apontavam para a necessidade de se controlar o poder, de modo que não houvesse mais o absolutismo. Em 1834, o Ato Adicional foi aprovado, porém houve a morte de D. Pedro I, colocando, portanto, um fim à função de proteção do avanço liberal. Ao mesmo tempo, o Rio de Janeiro levava um susto grande com notícias de uma grande rebelião no Pará. Isto serviu como um alerta aos defensores do Ato Adicional (progressistas), pois perceberam que estavam dando muita liberdade. Em 1835 surgiu em contrapartida, o agrupamento dos regressistas, que defendiam o centralismo, e logo eram maioria.
Deste ano até 1837 houve a primeira Regência una, liderada por Diogo Antônio Feijó, que fazia parte do grupo dos progressistas. Durante sua regência, o Maranhão foi governado pelos liberais (bem-te-vis), tendo como adversários os cabanos, conservadores. Logo, a Câmara dos Deputados se colocou contra o movimento progressista, causando o isolamento político de Feijó, e sua demissão. No mesmo ano de sua renúncia, outras rebeliões começaram a surgir no Brasil.
Em 1837, quem assumiu o cargo foi Araújo Lima, permanecendo na regência até 1840. Ele inverteu a tendência progressista representada por Feijó, e deu frente aos regressistas, que tinham por finalidade eliminar as medidas descentralizadoras e cortar a liberdade que estava gerando todas as rebeliões. Ou seja, os cabanos do Maranhão conquistaram o poder. Com isso, os bem-te-vis foram completamente afastados do governo, e o presidente da província, Vicente Pires Camargo, utilizava das fraudes e da violência para permanecer no poder.
Em meio à forte repressão contra as rebeliões, a luta entre os membros da elite atingiu as camadas populares, juntando duas esferas ao mesmo tempo. Em 1839 Manuel Felizardo de Sousa e Melo tomou posse da presidência da província, e decidiu pôr fim à revolta. Quando o movimento chegou a Caxias, os bem-te-vis começaram a buscar uma saída para a crise. Desde então, foi iniciada a junção destes com seus até então adversários cabanos, para que conseguissem ganhar dos balaios.
Em 1840 o coronel Luís Alves de Lima foi empossado presidente do Maranhão, porém o Brasil ainda precisava de uma autoridade que pudesse ser respeitada, ao invés de uma Regência provisória. Por isso, os liberais fizeram como golpe contra o partido conservador o Clube da Maioridade, para que o jovem herdeiro pudesse se tornar rei enfim.



(acima, imagem de Diogo Antônio Feijó, regente do Brasil de 1835 a 1837)

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