domingo, outubro 12

Concluindo..

Diante das diversas rebeliões ocorridas durante o período regencial, pode-se dizer que a mais complexa delas é a Balaiada, uma vez que os conflitos nas classes populares e nas classes dominantes se misturam, enquanto na Sabinada (Bahia, 1837-1838) e Levante Malê (Bahia,1835), apenas uma classe é responsável pela rebelião.
Os interesses fundamentalmente da classe dominante foram decisivos nesta fase. A Independência era interesse da classe dos grandes proprietários de terra. Dessa forma, a emancipação revestiu-se de um caráter fundamentalmente elitista, deixando em último plano os outros setores da sociedade. Os interesses, porém entre a própria elite se diferenciavam e até opunham-se entre si e todos esses fatores tornaram-se a causa das revoltas.
As rebeliões estão relacionadas ao imperialismo e ao abandono do setor popular e, como já citado, são geradas assim por esse dito abandono, por um lado, e por outro pela elite brasileira que não se entendia.
No caso da Balaiada, a diferença de interesses tanto entre o grupo balaio quanto o bem-te-vi, e conseqüentemente a ausência de uma proposta ideológica, frustrou o movimento. Enquanto a classe dominante ressurgia no cenário político, a população excluída enfrentava dificuldades para ser reabsorvida em atividades produtivas.
Hoje, as conseqüências do fracasso dessa revolta podem ser observadas no quadro social nordestino atual: o sertanejo permanece como nômade em constante processo migratório e os bandos armados impõem-se política e militarmente na região. Ou seja, a Balaiada não promoveu uma mutação sócio-econômica e política, pois a classe popular permanece submetida à dominação e desmandos da elite política.
Percebe-se que no momento em que seus privilégios correm riscos e ante as ameaças, a elite deixa de lado as diferenças e se une. O período regencial mostrou riscos à elite, que percebe a importância da resolução de problemas regionais sem o uso de armar e sem o envolvimento do setor popular. Como resultado tem-se a vitória da centralização política.

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